sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Viva o Instituto Inhotim, em Brumadinho !

Instituto Inhotim - Galeria Adriana Varejão, que parece suspensa no ar
Às vezes, gosto de fazer neste blog um ou outro post que não tem nada a ver com o mundo dos vinhos. É uma forma de compartilhar o que vejo por aí com meu gigantesco universo de leitores (já são mais de 2, pelo que sei, sem contar a Tereza).

Então vamos lá. As tristes notícias sobre as enchentes em Minas Gerais, neste começo de ano, trouxeram às manchetes o nome da cidade de Brumadinho, ali perto de Belo Horizonte. Pelo que li nos jornais, Brumadinho chegou a ficar alguns dias totalmente isolada, já que as chuvas inundaram ou destruíram as estradas ao redor.

E eu me lembrei de que estive em Brumadinho no final do ano passado .. Em outubro de 2011, visitamos a cidade - minúscula, sem graça, na periferia de BH. Chega-se a ela por um caminho horrível, esburacado e cheio de curvas.

E o que há lá pra ver, afinal ? O que é que nós fomos fazer em local tão pouco atraente ?!?

Meus amigos, em Brumadinho fica aquele que é simplesmente o mais espetacular museu de arte contemporânea que eu já tive oportunidade de visitar (e olhe que não foram poucos os que já conheci por esse mundão afora ...)
De Lama Lâmina, do artista americano Matthew Barney

Estou falando do Instituto Inhotim. Trata-se de um parque de mais de 90 hectares, com um paisagismo maravilhoso, um verdadeiro jardim botânico que, só de palmeiras, tem mais de 1.400 espécies.  São parques e alamedas sem fim, ladeadas por uma vegetação riquíssima e muito bem cuidada. Ao longo de todos os caminhos, há carrinhos elétricos pilotados por funcionários que prontamente se oferecem para levar os turistas para onde eles desejarem, dentro do parque.

Espalhados pelo parque lindíssimo, há cerca de 500 obras de arte contemporâneas, de mais de 100 artistas. São nomes como Hélio Oiticica, Adriana Varejão, Doug Aitken, Matthew Barney, Tunga, Chris Burden. Se você colocar um desses nomes aí no seu Google vai encontrar coisas bem legais feitas por eles, espalhadas pelo mundo.
Beam Drop, do artista americano Chris Burden

Pois lá no Inhotim as obras estão maravilhosamente rodeadas pelo parque, e o impacto que elas causam na gente é difícil de ser explicado em palavras. Só indo lá pra ver. Pra ficar num lugar-comum bem manjado, vou dizer apenas isto : é de tirar o fôlego.

Ao lado de cada obra de arte, há sempre um ou mais estagiários, bem-informados e solícitos, prontos a darem explicações sobre a obra, o artista, o parque.

O museu foi criado por um empreendedor particular, o Bernardo Paz, um empresário de família riquíssima que gostava de colecionar obras de arte e, lá um belo dia, decidiu abrir sua magnífica coleção para a visitação pública.

Com toda a certeza, trata-se do mais espetacular museu do país, e seguramente, um dos mais espetaculares do mundo - e a gente mal fica sabendo que uma maravilha dessas está aqui no Brasil, disponível para todo mundo, por 20 reais o ingresso ...

Espero que as benditas enchentes do verão não tenham afetado nada por lá !

O Sonic Pavillion, de Doug Aitken - microfones a centenas de metros de
profundidade revelam o "som da terra"

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Na terra dos Faraós

Ah, meus amigos, não há nada melhor do que um bom jantar, numa noite de quinta-feira, em casa, acompanhado de um bom vinho egípcio ...

Vinho egípcio, eu disse ? Ora ! Mas, existe vinho egípcio ?!?

Pois é, existe, sim .. Eu também não conhecia. Meu caro amigo Gerson, que fez uma viagem maravilhosa pela África, de sul a norte, por quase dois meses, me trouxe de presente uma garrafa de ... vinho egípcio !

Confesso que eu jamais tinha ouvido falar de vinho egípcio. Este que bebi é um Château des Rêves Cabernet Sauvignon 2008. Segundo o contrarrótulo do produtor, o vinho leva também uma pequena proporção de uvas carignan e syrah.

Em tempo : gostaram do nome do vinho ? Château des Rêves - o Castelo dos Sonhos ! Bem, pelo menos pretensão não falta a esses egípcios ...

E que tal o vinho ? Muito fraco, infelizmente, muito fraco ... O visual é até bonito, com uma forte coloração rubi com reflexos violeta no líquido límpido e brilhante. Aroma, quase imperceptível : depois de uns 20 minutos de aberto, o vinho simplesmente não tinha aroma nenhum.

Na boca, a total falta de acidez caracterizava aquilo que alguns enófilos gostam de chamar de vinho chato, sem vida e sem graça. Permanência, zero ...

Em suma : fique com um bom argentino, chileno, ou mesmo um brasileiro. Mesmo eu, que não sou grande fã dos tintos brasileiros, lembro que semanas atrás tomei um Dal Pizzol Gamay Beaujolais 2007 muito superior a este.

Deixemos ao Egito sua história maravilhosa, seus monumentos de cair o queixo, seus museus fabulosos. Vinho ? Esqueça ...

Mas agradeço muitíssimo ao Gerson pela experiência que me proporcionou - onde mais eu poderia encontrar um vinho do Egito ?

A garrafa até que é bonitinha, convenhamos !
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