O Gérson acabou de fazer uma viagem maravilhosa : por quase dois meses, ele percorreu boa parte da África, sozinho, desde Johannesburgo (na África do Sul) até o Cairo (no Egito). Quase toda a viagem foi feita por terra, de trem, de ônibus, de barco. Quem se interessar, pode ler os seus relatos, igualmente maravilhosos, e escritos com muito humor e com rara capacidade de observação humana, no blog Tô na África !!
Pois bem - o Gérson nos trouxe de lá um desses vinhos que formam o universo de sonhos que todo enófilo alimenta no fundo do seu coração e de sua mente.
Estou me referindo ao Vin de Constance, um vinho doce produzido na região de Constance, ao sul da Cidade do Cabo. Esse vinho é produzido com uvas muscat de frontignan supermaduras, pela vinícola Klein Constantia. Um vinho idêntico era produzido na região desde o final do século XVII - e era famoso por ter sido o vinho preferido de Napoleão Bonaparte. Um pouco mais tarde, o grande escritor inglês Charles Dickens também andou elogiando o tal vinho.
Pois bem, tenho que confessar a vocês que, além de Napoleão e Dickens, o Vin de Constance tem hoje em dia mais dois entusiastas : Tereza e eu ...
A embalagem já é cativante e convidativa, com a garrafinha de vidro escuro imitando as garrafas originais de séculos passados.
Provamos, embevecidos, o líquido de sedutora coloração dourada-âmbar, que recendia a abacaxi e amêndoas torradas, com toques de mel, tangerinas, mangas ... Na boca, um vinho estruturado e potente, com boa acidez, e um final muito, mas muito prolongado.
Notem a coloração do vinho, e o charme da garrafa |
Combinou muitíssimo bem com a torta de frutas que comemos de sobremesa - em um jantar onde ainda provamos um bom Bourgogne branco (Château de Dracy Chardonnay 2007) e um tinto também providenciado pelo Gérson (um Stellenzicht Golden Triangle Pinotage 2007).
Isso tudo, entremeado pelas histórias e causos vividos por ele entre África do Sul, Uganda, Moçambique, Tanzânia, Sudão, Etiópia, Zanzibar ...
Nós quatro (Napoleão, Dickens, Tereza e eu) ficaremos eternamente gratos à Vania e ao Gérson que nos proporcionaram esse prazer fantástico !