Esta semana, Tereza e eu voltamos a validar uma velha certeza sobre vinhos : mesmo comprando vinhos do mesmo tipo e a preços bastante semelhantes, a gente pode viver coisas bem diferentes com um e com outro ...
Estou me referindo a dois vinhos Cotes du Rhône - são vinhos franceses, produzidos numa região que fica ao sul da Borgonha. Trata-se de uma AOC, ou Appellation d'Origine Contrôlée - que é o equivalente francês das DOC italianas.
Esses vinhos vêm do vale do rio Rhône (ou Ródano, em português), terreno dominado pela uva syrah. A região produz um dos bons vinhos franceses de todas as épocas, o ótimo Châteneuf-du-Pape - mas produz também os chamados Cotes du Rhône genéricos, que não tem sua origem identificada com precisão. Claro que são vinhos de qualidade e preço inferiores aos grandes vinhos franceses, mas não necessariamente são maus vinhos.
Pois acontece que eu comprei duas garrafinhas de Cotes du Rhône genéricos, de produtores diferentes, para provarmos em casa. Os dois custaram aproximadamente o mesmo preço, em torno de 35 reais cada um.
O primeiro deles foi um Cotes du Rhône Chemin des Papes 2008, feito com um mix das uvas syrah, grenache e mourvèdre (esse, aliás, é um mix bem característico dos vinhos da região). Cor límpida e brilhante, aromas marcantes de frutas vermelhas (morango, amora) e um leve toque de especiarias, marca registrada da syrah. Na boca, um sabor equilibrado e suave, mal se notando os 13 graus de álcool, e uma boa persistência. Em resumo, um vinho bastante agradável, ainda mais levando-se em consideração a tal da relação custo vs. benefício.
Isso já nos deixou animadinhos para beber o segundo rótulo, claro ...
O segundo era um Cotes du Rhône Pont du Rhône Clerget 2008. As uvas são as mesmas do vinho anterior, com uma pequena adição de cinsault. Nosso entusiasmo já começou a esfriar quando, ao cheirar a taça, não sentimos praticamente cheiro de nada ... Ao primeiro gole, a decepção foi completa : um vinho completamente sem acidez (aquilo que os enólogos chama de um vinho "chato"), sem nenhum sabor definido, com permanência zero.
Surpreendentemente, se a gente faz uma busca na Internet, descobre que este vinho tem admiradores e já andou conquistando prêmios por aí, em degustações às cegas ... Será que minha garrafa é que foi "contemplada" com essa qualidade tão baixa ? Fica aí a dúvida ...
De qualquer forma, retomo o mote inicial deste post - mesmo tipo de vinho, mesmo preço e resultados tão diferentes ! A gente tem mesmo é que experimentar, sempre !
quarta-feira, 27 de julho de 2011
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