segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Aspargos, queijo brie e borgonha


Tereza perpetrou, dia desses, mais um de seus estupendos risottos - desta vez foi aquele que é um dos meus preferidos, de longe : um risotto de aspargos e queijo brie.

Indo por partes : adoro risotto, gosto muito de aspargos verdes, e sou apaixonado por queijo brie. Será que alguma força maligna ou demoníaca me faria NÃO gostar de risotto de aspargos e queijo brie ? Nem a pau, Juvenal, nem a pau ...

Estava ótimo !

E aí vem a harmonização - é evidente que a gente iria tomar vinho, mas qual vinho ?

Se a gente for ortodoxo e quiser seguir o cânone mais clássico das harmonizações, desconfio que o recomendado aqui seria um vinho branco.

O pobrema é que tem outra coisa pela qual eu sou descabeladamente apaixonado - eu acho que há poucas coisas no mundo que harmonizem tão bem como queijo brie e um bom pinot noir, especialmente se for um Borgonha ... Haverá quem ache que isso é uma heresia, mas Tereza e eu não abrimos mão - queijo brie é com Borgonha.

E lá fomos nós - o escolhido da noite foi um Maison Champy Bourgonge Pinot Noir 2008 - um bom Borgonha daqueles chamados genéricos, ou seja : as uvas são colhidas na região demarcada da Borgonha, mas não procedem de um vinhedo ou de uma sub-região específica. A Maison Champy, se não é um produtor de primeira linha (e não é...) é , ao menos, um produtor muito tradicional : a casa foi fundada em 1720, segundo o seu site.

E o preço é bem razoável - ao redor de 70 reais.



O vinho é como deve ser um pinot noir da Borgonha - na taça, aquela coloração pálida, totalmente transparente, através da qual a gente vê os dedos do outro lado do copo. Ao brotar da garrafa para a taça, o vinho brilha em reflexos violáceos que já são um convite à boca ... Aromas intensos de fruta numa primeira camada, seguidos por outros mais profundos - carne de caça, couro, algo de tabaco. No paladar, um vinho macio, sedoso, com álcool na medida certa.

A harmonização foi ótima - o sabor predominante do brie no risotto "casa" à perfeição com os sabores do vinho, e realçam-se mutuamente. Os aspargos verdes entram como um contraponto, um contraste levemente amarguinho que se destaca na boca.

Enfim, parodiando meu querido e saudoso tio Edgar : "Se Deus fez coisa melhor do que isso, então fez pra Ele ..."

2 comentários:

Baruki disse...

Wow... maravilhoso só de pensar!

É da Vinci esse rótulo?

Parabéns pelo post.

Abraços.

Nivaldo Sanches disse...

Olá, Baruki, obrigado pelos comentários !

Sim, comprei esse vinho na Vinci, algum tempo atrás - o site deles é
http://www.vinci.com.br/

Abraços !!

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