terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Crônicas Lusitanas - Parte 5 - Uma "pequena" grande vinícola

Sigo contando coisas que vi / bebi durante minha viagem a Portugal, em Outubro e Novembro do ano passado.

Um dos meus pontos "de base" foi a cidadezinha de Peso da Régua, no Baixo-Corgo, no coração do vale do rio Douro, onde são produzidos aqueles belos vinhos de mesa da DOC Douro, e aqueles maravilhosos vinhos do Porto.

Uma sugestão : se você decidir visitar a região (visite ! visite !), procure uma agência local que possa organizar os passeios e as visitas às vinícolas para você. Embora os caminhos sejam curtos e as vinícolas próximas à cidade, você vai ficar muito mais à vontade e ganhar tempo com uma agenda pré-programada - sem falar que vai poder beber nas visitas, o que não seria recomendável se você mesmo estiver dirigindo seu carro ...

Pessoalmente, usei os serviços de uma agência chamada Douro Wonderful Events - fomos muito bem tratados e pudemos montar juntos nossa agenda de visitas, trocando ideias e palpites de lado a lado. Se quiser mais informações, ente no site deles, clicando aqui. Procure o Francisco, dono da agência, e ele certamente vai ajudar muito !

O Francisco nos levou a visitar uma vinícola chamada Quinta Seara d'Ordens, uma vinícola familiar : ela foi fundada no final do século XVIII, e hoje é administrada por três irmãos descendentes da família original dos fundadores.

Tecnicamente, uma vinícola pequena, embora bastante premiada ao longo da sua história. Do nosso ponto de vista emocional, uma GRANDE vinícola - daí o título deste post.

Fomos recebidos muito gentilmente por um dos proprietários, que se encarregou de nos contar a história da vinícola e nos mostrar os vinhedos, a produção, os depósitos.

Na sala de degustação, muito bonita e agradável, a conversa rolou solta e leve, e toda a linha de vinhos de mesa e de vinhos do Porto nos foi apresentada.

A degustação em si foi excelente - não só porque os vinhos eram realmente de alta qualidade, como também por conta da imensa simpatia e disposição do nosso guia na vinícola (cujo nome, infelizmente, não registrei). Ele nos descreveu minuciosamente as diferenças entre os diversos vinhos, suas características mais marcantes, os processos de produção, as cepas, e assim por diante.
Os vinhos de mesa da D.O.C. Douro

Entre os vinhos de mesa, nossa preferência recaiu sobre o excelente Talentvs 2008, um legítimo Douro, feito com as uvas touriga nacional, touriga franca e tinta roriz - as uvas básicas da região. Com doze meses de barrica e mais doze meses em garrafa, este vinho estava redondo e macio, com aromas florais com toques de tabaco, e uma ótima persistência em boca.

Os vinhos do Porto
Entre os Portos - todos muito bons ! - dois se destacaram.





O primeiro deles foi o Quinta Seara d'Ordens Special Reserve Tawny, com dez anos de envelhecimento em média. Aromas de frutas secas (amêndoas, castanhas) e especiarias, um sabor aveludado e complexo, em várias camadas.





O segundo - para nossa surpresa e para, mais uma vez, provar que preconceito é besteira da grossa - foi o Quinta Seara d'Ordens Fine White Port. Sim, senhor, um Porto branco doce, que gerou uma interessante conversa na hora da degustação. Tereza, de olho comprido nas diversas garrafas de Porto que estavam sobre a mesa, e munida dos nossos habituais preconceitos contra vinhos brancos doces, disse que não iria provar daquela garrafa. Pois nosso guia, gentilmente, desafiou-nos a provar, dizendo que o seu branco doce era diferente ...

Pois era mesmo ! Coloração branco-palha com leves reflexos dourados, aromas de frutas secas, especiarias e mel, fresquíssimo na boca, com sabores ricos e complexos - adoramos !

Tanto que compramos uma garrafinha para trazer na mala, e ainda não abrimos ...

Enfim,meu caríssimo e estimado leitor, se for ao Douro, inclua no seu passeio a Quinta Seara d'Ordens, tenho certeza que vai gostar !

4 comentários:

Anônimo disse...

Pronto, agora já vi aqui a resposta para a pergunta que fiz alguns posts atrás. Sabia que você não abriria mão da degustação dos vinhos e não infrigiria as leis de trânsito - optou por excursões às vinícolas.

Sandro

Nivaldo Sanches disse...

É isso aí, bingo, Sandro !

Rodamos boa parte do país com o carro alugado, mas no Douro contratamos transporte.

Afinal, eu já tinha passado pelo desgosto de ver, ao longo da viagem, a Tereza e a Ester (nossa querida amiga que viajou conosco) dividindo uma garrafa de vinho no almoço - e o infeliz aqui indo de aguinha mineral, já que tinha que dirigir em seguida ...

Anônimo disse...

Como sempre os vinhos do porto sendo uma ótima pedida acompanhando sobremesas e doces...

http://www.vinhobr.com.br

Nivaldo Sanches disse...

Pois é, caro Anônimo do www.vinhobr.com.br ... Vinho do Porto é ótima companhia para algumas sobremesas, e é muito bom também como vinho de meditação, purinho, levemente esfriado, para depois do jantar, ou ainda para acompanhar um charuto ...

Abraços !

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