quarta-feira, 24 de julho de 2013

Chianti - o eterno vinho italiano

Depois de algumas semanas sem postar nada - andei extremamente ocupado com o trabalho, sinto muito ! - aqui estou de volta aos posts ... Não digo que estou de volta aos vinhos, pois destes não me afastei um só dia ...

Em homenagem a minha amiga Evelyn, autora do blog Taças e Rolhas, que acaba de voltar de uma bela viagem pela Itália, decidi escrever um pouco sobre o Chianti - esse é, para mim, o verdadeiro símbolo enológico da Itália.

Claro, claro, a Itália produz dezenas de outros vinhos icônicos, que poderiam perfeitamente representar o país : dos Barolo e Barbaresco ao norte, até os Primitivo e Nero d'Avola ao sul, sem mencionar os maravilhosos Brunello di Montalcino da Toscana ...

Mas o Chianti é o Chianti ... Produzido na Toscana, no centro da Bota, na região que fica próxima à encantadora cidade de Florença, com predomínio absoluto da uva sangiovese, o Chianti, no meu imaginário particular, representa o vinho italiano por excelência.

E há vários tipos :


  • o Chianti Classico DOCG - o melhor de todos - deve ser produzido com ao menos 75 % de uva sangiovese, complementada com pequenas quantidades de canaiolo e das brancas trebbiano e malvasia. Sua região demarcada é um pequeno círculo ao redor de Florença, que abrange as pequenas - e maravilhosas ! - cidades de Radda, Gaiole, Castellina, Greve, San Casciano ... 
  • o Chianti, produzido com as mesmas uvas, mas fora da zona Classica, e que responde sozinho por mais de dois terços da produção total.
  • e alguns outros, menos conhecidos, mas que não devem de forma alguma ser ignorados : o Colli Aretini, o Colli Senesi, o Colli Fiorentini, o Rùfina, o Montalbano ... São todos produzidos com o mesmo corte de uvas - o que os diferencia é a região produtora.


Um passeio maravilhoso é permanecer alguns dias na região da Toscana, flanando entre uma e outra dessas cidadezinhas (as distâncias entre elas são de 15, 20 km no máximo), cercados pelas colinas e pelos ciprestes - e provando cada um desses rótulos, descobrindo (ou não descobrindo ...) as diferenças entre eles, as nuances de aromas e de sabores, as harmonizações com a comida deliciosa da região.

No capítulo da harmonização :  nada me tira da cabeça que o casamento entre vinhos da uva sangiovese e molho de tomate é simplesmente a mais perfeita das harmonizações que se pode fazer entre vinho e comida.

Para nós, paulistanos, o Chianti tem uma imagem particular : os fiascos, aquelas garrafinhas envoltas em palha que a gente encontrava (ainda encontra ?) pendurada dos tetos das inúmeras cantinas do bairro do Bexiga - os mais velhos vão lembrar com certeza dessas garrafas, em restaurantes como o Roperto, o Gigetto, o Giovanni Bruno, o Orvietto, o Montecchiaro. Não eram grandes Chianti - longe disso ! - mas estou certo que nossa memória afetiva preserva ainda hoje essa imagem.

Há na Toscana grandes produtores de Chianti : Castello di Brolio Ricasoli, Fonterutoli, Isole & Olena, Fontodi ...

Escolha um rótulo na loja mais próxima, faça um spaghetti com molho de tomates (pode botar uma linguicinha, se for do seu agrado) e depois me conte se não é isso o que os deuses comem e bebem, lá no Olimpo !

3 comentários:

Evelyn disse...

Ebaaa! Você voltou!!
Obrigada pela citação!
Vou confessar um pecado: Você sabia que os Chianti não me fazem suspirar? São excelentes,mas não fazem meu coração disparar... Mas concordo que a harmonização de tomate com esses vinhos é perfeita!
beijo

Nivaldo Sanches disse...

Ora, Evelyn, mesmo depois de retornar da Toscana, não voltou seduzida pelos encantos do Chianti ?!?

A gente brinca, Tereza e eu, que não temos personalidade ... Quando fomos para a Espanha, voltamos encantados com os Rioja ... Da Itália, voltamos apaixonados pelos sangiovese em geral ... De Portugal, seduzidos pelos Douro ... Personalidade zero, né ?

Evelyn Fligeri disse...

hahahahahahahah... Mas eu acho isso incrível afinal, como sempre dizemos, o vinho é momento...
Beijo

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