Relendo meus próprios posts, me dei conta de um fato interessante - na grande maioria deles, eu falo bem dos vinhos que tomei ... Que mistério é esse ? Será possível que todos são bons ?
Claro que não ... Suponho que a memória seletiva que a gente traz embutida me leva a fazer comentários, na maioria das vezes, sobre o que tomei e gostei ... Mas como eu gosto muito de experimentar coisas diferentes, volta-e-meia acabo provando vinhos dos quais não gosto tanto.
Vamos então falar sobre um vinho do qual não gostei.
Sexta-feira fomos jantar no restaurante Ici Bistrô, do chef Benny Novak, aqui em São Paulo, no bairro da Consolação. Decidimos comer carne (um filé a poivre para mim, e uma costela bovina para a Tereza), e experimentar um vinho diferente.
Pedimos um Madiran - trata-se de um vinho francês, produzido no sudoeste da França. O Madiran é produzido à base da uva tannat, que se tansformou, no final do século XX, na uva emblemática do Uruguai.
A tannat produz vinhos muito tânicos, densos, de coloração escura. O nosso Madiran chamava-se Odé d'Aydie, produzido pelo Château d'Aydie. Não negava a raça dos tannat : era escuro e denso, e muito, mas MUITO tânico.
A garrafa que tomamos era de 2004. É possível que, com mais alguns anos de repouso, ele venha a melhorar. Neste momento, o vinho estava realmente difícil de beber. Os taninos pouco amadurecidos têm um efeito desagradável - tornam-se amargos no fundo da língua ... Você engole o vinho, e o sabor que fica na boca é o sabor amargo dos taninos fortes.
Mesmo com as carnes gordurosas e potentes que comemos, o vinho definitivamente não harmonizou.
Fica, então, mais este aprendizado. Para o nosso gosto específico (meu e da Tereza), o Madiran não cai bem.
Evidentemente, isso não quer dizer que ele não cairá bem para você ... Porque não experimenta e me conta depois ?
segunda-feira, 28 de junho de 2010
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Um comentário:
Estou tomando um OdéD' Aydie 2004 e estou achando ótimo.
Denise
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