Aqui entre nós, nunca fui muito fã dos famosos vinhos verdes de Portugal. Para mim, eles sempre tiveram um sabor rascante demais, ácido demais - nunca me encantaram.
Acontece que meus queridos amigos Adalberto e Guillermina estiveram a passeio em Portugal, junto com a Adriana e o Sebastian.
Pois a Guillermina voltou de lá encantada com os tais vinhos verdes ... Eles são produzidos na região do Minho, bem ao norte do país, e ninguém sabe explicar com muita precisão porque é que eles têm esse nome de vinho verde. Uma teoria diz que é por conta da região do Minho, extremamente verde - explicação fraquinha , né ? Outra teoria diz que eles são sempre feitos de uvas ainda verdes - o que simplesmente não é verdade. Uma terceira teoria diz que como eles são vinhos feitos para serem bebidos bem jovens, jamais devem envelhecer, ou amadurecer - daí serem sempre verdes ...
A verdade é que eles devem mesmo ser bebidos muito jovens. Tanto que os vinhos verdes do Minho nem sequer costumam trazer a safra estampada no rótulo - subentende-se que eles são, naturalmente, da colheita do ano anterior. Para nós, aqui no longínquo Brasil, isso pode significar algum risco, é claro : quem garante que o vinho que estamos comprando na prateleira da loja seja realmente do ano anterior ? Só bebendo, e observando o aspecto visual do vinho : ele deve ser bem clarinho, límpido, com pálidos reflexos esverdeados. Se estiver amarelado, melhor deixar pra lá.
Enfim, no último feriado, fomos para a casa da Guillermina e do Adalberto, em Itu, comer uma daquelas maravilhosas paellas que ela perpetra. E - óbvio ! - aproveitamos para saber se a tal paixão da Gui pelos vinhos verdes fazia sentido.
Fazia, sim !
Provamos dois rótulos diferentes.
O primeiro deles foi o Muralhas de Monção, de cor brilhante e acentuado aroma de pêssego. Um vinho macio e fácil de beber, mas bem seco e com muita acidez (olha aí o meu preconceito contra o vinho verde aflorando de novo ...)
O segundo foi um Alvarinho Deu-La-Deu (adoro os nomes dos vinhos portugueses !), também brilhante e límpido, e com muito menos acidez do que o primeiro.
Para o meu gosto pessoal, o segundo harmonizou maravilhosamente com a paella. A mineralidade dos frutos do mar combinou bem com acidez do vinho, e os sabores extravagantes do açafrão casaram com os seus toques frutados.
Enfim, continuo não sendo um grande apreciador, mas tenho que admitir - com os frutos do mar, em uma tarde quente de verão, eles vão muito bem, sim, senhor ...
Ah, sim - outra vantagem dos vinhos verdes é que eles são relativamente baratos, para vinhos europeus. O Muralhas de Monção saiu por cerca de 40 reais a garrafa, e o Deu-La-Deu, um pouco mais conceituado, saiu na faixa de 65 reais.
Os dois foram comprados na Cia. do Whisky, na loja do Brooklin, aqui em Sampa.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
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