quinta-feira, 17 de março de 2011

Crônicas de Mendoza - Parte 2 - Bodega Atamisque


Um pouco antes de partir para Mendoza, troquei algumas mensagens com o Mario Trano, autor do delicioso blog MondoVinho. Eu dizia a ele que gostava de visitar vinícolas pouco conhecidas, cujos vinhos são mais difíceis de encontrar por aqui - mesclando essas visitas naturalmente, com aquelas que eu já sei que são ótimas ...

Pois esse é exatamente o caso da Bodega Atamisque, na região de Tupungato.

No primeiro contato visual, assustamos - ao longe, o edifício parece rústico demais, quase um galpão. Só ao nos aproximarmos é que vimos que, na verdade, ele é construído desse jeito de propósito, para harmonizar visualmente com o cenário ao redor - uma boa sacada de arquitetos competentes.

A área onde se faz a degustação é muito bonita, e tem uma parede envidraçada que dá para o depósito onde estão as barricas de carvalho, onde o vinho descansa e ganha sabores e aromas.


Começamos a degustação com um espumante, Cave Extrême, produzido pelo método champenoise e com a clássica formulação de chardonnay e pinot noir - geladinho, refrescante.

Depois provamos a linha de varietais chamada Catalpa, nas versões malbec, merlot e pinot noir - este último me pareceu o melhor, um pinot noir sedoso, de aroma delicado e sabor marcante.

Concluímos com um dos tops de linha, o Atamisque Assemblage, mescla de malbec, cabernet sauvignon e merlot.

Conclusão final ? Nada de especialmente marcante. Bons vinhos, a preços honestos, em um local bonito e bem planejado.

Como a vinícola é relativamente nova - sua primeira colheita foi apenas em 2007 - pode ainda evoluir. Ao que consta, os vinhos da Atamisque chegam ao Brasil através da importadora World Wine - confesso que eu nunca os havia encontrado por aqui antes ...

Enfim, foi um bom começo !

4 comentários:

Pablo disse...

boa essa Nivaldo!
Tive a oportunidade de visitar duas vinícolas no Chile, degustação, almoço harmonizado, todo uma maravilha. São férias que realmente valem a pena.

Nivaldo Sanches disse...

Pois é, Pablo, a gente ficou fã desse tipo de viagem ... Já fizemos duas vezes em Mendoza, uma vez na Toscana - e agora estamos loucos para fazer no Chile !!
Abraços

Anônimo disse...

Caro Nivaldo,
Notei surpreso que você elogiou muito vinhos feitos com várias uvas (merlot, cabertnet sauvignon, malbec, etc).
Sempre tive receios de blends e, para falar a verdade, nunca comprei um blend para provar.
Sinto abrir-se um caminho para novas degustações. Você poderia dar-me alguma orientação para esse humilde pupilo?
Abs
Hélio.

Nivaldo Sanches disse...

Olá, Hélio - "humilde pupilo" é muito bom ... risos .. vou chamar você de Gafanhoto (lembra do Kung Fu ?)

Pois é, nada contra os blend, não. A grande maioria dos vinhos europeus são blends.

NO blend está o talento do enólogo, que vai casar, digamos a fruta intensa de um malbec com a estrutura de um merlot e os taninos carregados de uma petit verdot.

É bem legal provar bons blends e ir, aos poucos, sacando essas coisas !

Abraços

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