quarta-feira, 23 de março de 2011

Crônicas de Mendoza - Parte 5 - Bodegas O. Fournier


Nós tínhamos, a Tereza e eu, uma expectativa muito grande em relação ao almoço nas Bodegas O. Fournier.

Isso por uma simples razão : dois anos atrás, visitamos a vinícola e ficamos absolutamente encantados com tudo : o cenário, a visita em si, os vinhos espetaculares - e o lindo restaurante, com pé-direito duplo, todo envidraçado, com vistas para os vinhedos e para as montanhas ao longe.

Como daquela vez não tínhamos almoçado lá, decidimos - desde o primeiro momento ! - que, nesta viagem, nós o faríamos.

E fizemos.

E foi decepcionante ...

Isto é, a vinícola e o entorno continuam sendo muito bonitos e - o que é melhor - os vinhos continuam muito bons. O problema é que o tal almoço com harmonização simplesmente não existiu ...

O que tivemos foi um almoço - comida razoável - e os vinhos da vinícola sendo depositados diante de nós, sem a menor preocupação em realmente harmonizá-los com os pratos. Muito diferente do que tínhamos provado antes, na Terrazas de Los Andes.

Enfim, nada é perfeito, suponho.

Os vinhos continuam sendo ótimos. A Bodega O. Fournier é de origem espanhola (o nome todo é Ortega y Fournier), e eles ainda produzem vinhos na Espanha (em Ribera del Duero) e também no Chile, além dos que são produzidos aqui em Mendoza.

Demos início aos trabalhos com um Beta Crux Sauvignon Blanc 2009 - estava suave e refrescante, mas não se destacou muito no cenário dos brancos que já provamos por aqui.

A seguir, um Urban Uco 2009, um blend de malbec e tempranillo (a uva mais representativa da Espanha) que foi o mais fraco da visita - um tinto sem personalidade, de pouquíssima permanência na boca.

E aí a coisa começou a ficar muito boa ...

A garrafa seguinte foi um Beta Crux 2007, tinto - também um blend de malbec e tempranillo, com toques de cabernet sauvignon e syrah, mas que diferença ! Um vinho macio, redondo, cheio de nuances e de camadas de aromas e de sabores. A malbec contribui com a fruta e a potência, a tempranillo adiciona uma acidez marcante - e a syrah se encarrega de "temperar" o aroma com especiarias e pimentão.Um grande vinho, um dos melhores que tomamos nesta viagem !




E terminamos com um Alpha Crux 2003, o top de linha da vinícola : outro blend, outro grande vinho ! Este mistura a tempranillo e a malbec com a merlot, gerando aromas e sabores bem diferentes do anterior. Para o meu gosto pessoal, ainda prefiro o outro - mas este é um ótimo vinho, sem dúvida.


Terminamos o almoço, levantamos e fomos embora - ninguém veio nos procurar para fazer a visita que já estava agendada ...

Resumindo : nota dez para os vinhos, nota seis para o almoço, nota dois para o serviço e a recepção aos visitantes.
Adriana, Cláudia, Gui e Tereza - observem a quantidade de copos que as meninas têm diante delas !

2 comentários:

MondoVinho disse...

Puxa, que decepção em relação ao “atendimento”. Sinceramente não esperava desta vinícola. Menos mal que os vinhos salvaram o almoço.
No ano passado tomei um Beta Crux (mas de uma safra mais antiga, de 2001 se não me engano) e me encantou: muito bom mesmo.
Grande abraço!
http://mondovinho.blogspot.com

Nivaldo Sanches disse...

Pois é, Mário, Tereza e eu ficamos desapontadíssimos ...

Aliás, eu vou escrever para eles e contar isso tudo. Um local tão bonito, com vinhos tão bons - é uma pena que as coisas fiquem como estão !

Abraços

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