Meus amigos, quem lê este blog sabe que eu não costumo valorizar demais os tais pontos que são dados a cada vinho pelos sábios Robert Parker, Wine Spectator e outros menos cotados. Como diz meu amigo Mario Trano, do blog MondoVinho, o melhor mesmo é beber cada vinho e chegar às suas próprias conclusões.
Mas, convenhamos, às vezes eles têm razão, né ?
Nosso próximo ponto de parada, na viagem a Mendoza, foi na mitológica Viña Cobos, também localizada em Lujan de Cuyo, a poucos quilômetros de distância do centro da cidade. A vinícola é bonita, o espaço destinado aos visitantes é elegantíssimo e a degustação foi conduzida com extremo profissionalismo pela Mariana, gentil e atenciosa.
A Cobos tem quatro linhas de vinhos bem marcadas.
A linha mais básica é a Felino, composta por quatro rótulos : Chardonnay, Merlot, Malbec e Cabernet Sauvignon. Provamos um Felino Chardonnay 2009 e um Felino Merlot 2009. O Chardonnay estava cremoso, rico em aromas - pêssego, pêras maduras, maçãs - e foi um bom começo. O Merlot já foi a primeira das boas surpresas da visita : aromas de cerejas e frutas negras, taninos elegantíssimos e suaves - e vejam que se trata de um vinho bem novo, de apenas dois anos.
A linha seguinte é a Bramare, com três rótulos : um Malbec e um Cabernet Sauvignon dos vinhedos de Lujan de Cuyo e um Malbec do vinhedo do Valle de Uco. Bebemos, encantados, um Bramare Cabernet Sauvignon 2008. No nariz, frutas negras e toques de aromas terciários como madeira e tabaco. No paladar, uma delícia ! Um vinho estruturado e aveludado, macio, macio ...
A terceira linha é a Bramare Marchiore Vineyard, com rótulos de Chardonnay, Malbec e Cabernet Sauvignon, colhidas nesse vinhedo exclusivo da vinícola. Infelizmente - ou desafortunadamente, como se diz por lá, a degustação não incluía estes rótulos ... Que pena !
E o topo, o ápice da linha, são os vinhos chamados simplesmente de Cobos. São dois rótulos - o Malbec e o Corte Único, este feito com malbec e cabernet sauvignon. Provamos apenas o primeiro, um Cobos Malbec 2007 - e chegamos à conclusão de que, neste caso, o Robert Parker tem razão ... Ele deu 99 pontos a este vinho. Foi, sem dúvida, o melhor vinho que tomamos nesta nossa viagem. Um vinho elegante, estruturado, complexo. Ah, sim - e também gostoso !
Segundo a simpática Mariana, o Cobos Malbec é um vinho que não deve ser servido para acompanhar as refeições, mas sim depois das refeições - na hora de prolongar o bate-papo entre amigos e saborear cuidadosamente este vinho espetacular.
Podemos concordar ou não com a Mariana, mas que o vinho é realmente espetacular, disso não resta nenhuma dúvida !
A má notícia - o Cobos Malbec custa cerca de 600 reais por aqui ... Comprei duas modestíssimas garrafinhas na vinícola, ao preço de 240 reais cada uma. A boa notícia - o Felino não custa mais do que 60/70 reais nas lojas brasileiras. Vale a pena, e muito. Como se diz, é uma excelente relação custo/benefício.
Vejam a satisfação do Sebastian retirando-se com suas aquisições ! |
7 comentários:
O meu Cobos sumiu........Acho que esta em alguma caixinha de Madeira...mistura as do nosso importador Mor...Espero que apareca.
Algo errado...quem escreveu foi Adalberto.
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Eu poderia meditar todos os dias com um vinho deste ao meu lado!
Olá, Adalberto, parece que o Blogger deu algum problema, seu comentário foi publicado como se fosse meu ..
Mas isso não é nada comparado com a possibilidade de o Sebastian tomar o seu Cobos como se fosse o dele ...
Abraços
Pois é, Tereza, a gente ficaria bebendo o Cobos e meditando - como é que eu faço pra arrumar dinheiro pra comprar mais deste vinho ?
Nivaldo,
Neste caso eu também tenho que concordar com a critica, pois gosto muito da Vina Cobos e concordo sobre o custo/beneficio da linha Felino, sempre tenho uma garrafa na adega. O Paul Hobbs é um craque! Se tiver a oportunidade nao deixe de experimentar os seus vinhos "originais" da Califórnia. Pena que aqui custam caro (que novidade...)
Abraço!
mondovinho.blogspot.com
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