Minha querida amiga Rita, leitora deste blog, é uma romântica incorrigível.
Há tempos que ela me pede para escrever um post sobre vinhos românticos e suaves, para um jantar a dois - seja lá o que for que ela entende por um vinho romântico ...
Bem, com a aproximação do dia dos namorados, acho que nós todos tendemos a ficar um pouquinho mais românticos, né ? Então, Ritinha, aqui vai o post tão pedido ...
Claro que não dá pra ser universal num contexto desse tipo. O que parece romântico para mim pode não ser romântico para você, leitor, certo ? Mas não tem outro jeito - vou falar da minha idéia do que seja um vinho romântico. Rita, você veja aí se o conceito se encaixa no que você pensa ...
Para mim, definitivamente, o vinho romântico tem que ser um pinot noir. De preferência - se o bolso permitir - um Borgonha. OK, OK, não precisa ser um Romanée-Conti, caríssimo, mitológico. Nas prateleiras das nossas importadoras há bons Borgonhas na faixa de uns 120 a 150 reais. Não é barato, eu sei, mas afinal, Dia dos Namorados só tem uma vez por ano, o que é que há ?!?
E porque um Borgonha ? Bem, começamos pela cor. A uva pinot noir não tem muito pigmento, e os seus vinhos são transparentes, clarinhos, brilhantes. A cor é de um vermelho vivo e luminoso - ver o vinho jorrando da garrafa para a taça já é, em si, um momento de prazer estético.
Os aromas são riquíssimos, elaborados. Você sente framboesas e violetas, mas também sente (se prestar bastante atenção), aromas mais elaborados - couro, tabaco, folhas úmidas, um toque de especiarias.
Na boca, o Borgonha é muito mais rico em sabores do que sua cor pálida pode levar a pensar. Historicamente, ele tem sido muito usado para acompanhar carnes de caça - mas eu confesso que adoro um pinot noir mesmo para acompanhar certos pratos de peixe.
Você conhece aquela velha história - que vinho você pediria como seu último pedido, diante de um hipotético pelotão de fuzilamento ? Pois bem, pelo menos 9 entre 10 bebedores de vinho escolheriam um Borgonha, pode acreditar ...
Como alternativa ao Borgonha, se a grana estiver muito curta, sugiro um pinot noir da Nova Zelândia. São bem diferentes do Borgonha, mas preservam o charme da pinot noir - e custam mais baratinho. Uma boa marca, por exemplo, é o Vicar's Choice, que custa por volta de 70 reais.
Para finalizar o tal jantar romântico, um tiro certeiro - uma tacinha de Tokay, o maravilhoso vinho doce húngaro que acompanha esplendidamente sobremesas à base de frutas
Que tal, Rita ?
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Adorei o texto! É engraçado, eu também penso na Pinot Noir como vinho romântico... Mas preciso confessar que sou fã do Pinot da Patagônia!
Beijo,
Evelyn
Olá, Evelyn, obrigado pelo comentário ! Bem, eu também gosto da pinot noir da Patagônia, mas acho que ela tem um caráter diferente ... Mais potente, mais encorpada, bem diferente do meu ideal, que é mesmo a Borgonha ..
Ah, este final de semana tomei um pinot noir da África do Sul que me encantou, vou fazer um post sobre ele nos próximos dias.
Beijos, apareça sempre por aqui !
Oi, Nivaldo!!!
Bom... se o Borgonha é a última opção entre pelo menos 9 de 10 bebedores e conhecedores de um bom vinho diante de um pelotão de fuzilamento... então já fiz a minha escolha para o tão esperado dia 28/07...
beijos mil para vcs!!!
Helena
Grande pedida, Helena ! Depois de sei lá quanto tempo sem beber, voltar "à ativa" com um Borgonha vai ser uma belíssima re-estréia, pode ficar certa !
Beijos
Postar um comentário