Bem, felizmente, a questão das safras não chega a ser um grande problema, na hora de comprar a maioria dos vinhos que a gente compra por aí ...
A informação sobre a safra é realmente importante quando se trata de um vinho europeu, um desses grandes vinhos que a maioria de nós, pobes mortais, vai comprar uma vez na vida outra na morte. Se você, por algum motivo, decidiu botar a mão no bolso e comprar um Bordeaux ou um Borgonha (franceses), um Vega Sicilia (espanhol), um Barolo ou Brunello di Montalcino (italianos) - bom, nesse caso, é bom dar uma consultada na Internet e ver quais as safras melhores e quais as que não são lá muito boas.
Se a opção - mais realisticamente - é por vinhos mais baratos, a questão das safras não precisa tirar o sono de ninguém na hora de comprar o vinho. Argentinos, chilenos, uruguaios, bem como a maioria dos vinhos de preço de médio para baixo da Europa - para esses vinhos, hoje em dia, a tecnologia disponível nas vinícolas faz com que as safras sejam mais iguais. Em outras palavras, as safras das uvas atualmente já não dependem tanto das condições climáticas aleatórias, como era no passado.
Fez mais calor ? Choveu antes do tempo ? Esfriou inesperadamente ? Os enólogos aprenderam a lidar tecnologicamente com esses processos naturais, e o impacto agora já não é tão dramático.
Mesmo um grande vinho, como o Barolo - produzido no norte da Itália, com as uvas nebbiolo - já não sofre como sofria no passado com as variações do clima. Meu grande amigo Pedro Paulo, o Pepê, me deu de presente um belo poster produzido pela Fontanafredda - um dos grandes produtores do Barolo. Esse poster mostra a qualidade de todas as safras de Barolo, desde o início do século.
Olhando o poster, a gente nota claramente que no passado existiam muitas safras pobres, ou regulares. Nos últimos dez anos, apenas duas safras foram consideradas pobres ou regulares (as de 2002 e 2003). Todas as outras são consideradas excelentes ou fantásticas (eles chamam de excellent e outstanding). Isso se deve, claramente, às inovações tecnológicas.
Ah, então, nem preciso olhar o ano do vinho que eu estou comprando no super-mercado ali da esquina, certo ?
Errado - é preciso olhar com atenção, mas não por conta da qualidade da safra, e sim, para ver se você não está comprando um vinho velho demais ...
Se você for comprar um vinho branco, observe o ano de produção, no rótulo. Os vinhos brancos devem ser bebidos bem jovens. Um vinho de mais de 3 ou 4 anos tem uma enorme probabilidade de já estar estragado. Olho vivo !
Os tintos são mais resistentes, mas mesmo assim, a grande maioria deles não são os chamados vinhos de guarda - aqueles lendários vinhos, que, segundo o dito popular, quanto mais velhos, melhores ... Os vinhos tintos, desses de todos os dias, devem ser comprados com no máximo 6 ou 7 anos. Depois disso, é grande a chance de você levar vinagre pra casa. Cuidado - afinal, seu dinheiro não nasce em árvores, né ?
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
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