Se há um livro que pode ser considerado a bíblia dos interessados na história do vinho, é este aqui.
O autor Hugh Johnson é um britânico de 72 anos, que é considerado uma das maiores autoridades mundiais em vinhos. Apesar disso, ele sempre rejeitou o rótulo de crítico de vinhos : ele acha que isso empobrece a relação dos homens com o vinho, e se recusa terminantemente a dar notas ou pontos para os vinhos que prova. Em sua coluna na muito respeitada revista inglesa Decanter, ele comenta os vinhos que bebe, descreve suas sensações, compara com outros vinhos - mas não dá notas, jamais. Li, uma vez, uma entrevista em que ele se definia como "um impressionista".
Pois bem, esse sujeito bacana e interessante produziu, no já longínquo ano de 1989, este grande livro : A História do Vinho. Grande nos dois sentidos do termo - são cerca de 550 páginas onde ele investiga detalhadamente seu objeto, recorrendo sempre a fontes históricas, arqueológicas, antropológicas e por aí afora.
A partir de especulações sobre como os mais antigos humanos teriam descoberto o vinho, Johnson envereda por uma trilha cronológica segura e bastante aprofundada. Fala sobre as origens do vinho, o vinho no Egito e na Mesopotâmia, a entrada do vinho na Grécia e depois na região onde hoje é a Itália. A seguir, o Império Romano, a relação tumultuada com o Islã, a Europa medieval, o surgimento dos grandes vinhos europeus (os Bordeaux e Borgonhas franceses, os italianos, os espanhóis).
Percorre a história do vinho do Porto e dos Tokaj húngaros, o florescimento da uva riesling na Alemanha, o surgimento da Champagne - e vai culminar com a explosão dos vinhos do Novo Mundo, especialmente nos Estados Unidos e na Austrália.
Aos interessados, já vou advertindo - não se trata de um livro de entretenimento, um livro "fácil". É uma pesquisa histórica rigorosa, ainda que sua leitura seja bastante fluida. Um livro, definitivamente, para quem está de fato interessado em aprender a história do vinho.
Eu, que sou apaixonado por História desde a adolescência, e que me apaixonei pelos vinhos há uns dez ou quinze anos - bem, eu adorei !
A edição brasileira é da Companhia das Letras, em boa tradução de Hildegard Feist.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
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Um comentário:
muito, pelo resumo que lé na "Academiadovinho". Pretendo comprá-lo. grato.
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