segunda-feira, 18 de junho de 2012

Chegou o frio, chegaram os fondues

O frio voltou a Sampa, e, com ele, voltam à cena os fondues, um ótimo prato pra se degustar nessas geladas noites paulistanas - ou como diz minha amiga Evelyn Fligeri, do delicioso blog Taças e Rolhas, está oficialmente aberta a temporada de fondues.

Já falei aqui neste blog que o correto seria dizer a fondue - mas a tradição brasileira já consagrou a palavra como masculina. Também já comentei que os suíços, inventores do prato, gostam de harmonizá-lo com um vinho branco encorpado, mas que, por aqui, nossa tradição é de consumi-lo com vinhos tintos. Se quiser saber mais sobre isso, leia meu post sobre o tema, clicando aqui.

Semana passada, seguindo as instruções da Evelyn, demos início à temporada de fondues aqui em casa. Ainda tínhamos no congelador um ou dois pacotes de um delicioso fondue suíço, que a Tereza trouxe de uma viagem a trabalho. É um fondue que nunca encontrei aqui nos nossos mercados, feito com uma mistura de queijos gruyère e vacherin - delicioso ! 


Também aprendemos a pouco tempo um toque que deixa o fondue ainda mais saboroso : uma pequena porção de kirsch (a aguardente suíça destilada de cerejas) em uma tigelinha sobre a mesa, onde a gente umedece o pedacinho de pão antes de mergulhá-lo nos queijos. Experimentem, fica ótimo !


O vinho, como manda nossa tradição, seria tinto. Optamos por um vinho especial, um pouquinho mais caro - afinal, tratava-se da nossa comemoração particular do Dia dos Namorados ... Encaramos uma garrafinha de Châteauneuf-du-Pape Abel Pinchard 2009, um vinho clássico da região francesa do Rhône. Pela lei francesa, o produtor pode usar até treze uvas (!!) diferentes para fazer esse vinho, mas a base dele é formada classicamente pelas uvas grenache, mourvèdre e syrah. Um vinho bonito de se ver no copo, com coloração rubi profunda, brilhante e translúcido. Aromas de frutas negras com um toque de especiarias que suponho ser proveniente da syrah. 




Um vinho ótimo, mas uma harmonização que não foi tão perfeita como a gente gostaria. A combinação com os queijos amargava um pouquinho na boca - mas garanto que isso não estragou nosso prazer pelo jantar, e muito menos prejudicou o calorzinho delicioso que foi, pouco a pouco, nos ajudando a vencer as frias temperaturas lá do mundo exterior.


Saúde !

7 comentários:

Evelyn disse...

Primeiramente queria agradecer a menção feita a mim e ao meu bloguinho! Obrigada, Nivaldo!
Quanto ao vinho, adoro Châteauneuf, mas nunca provei esse rótulo! Vamos combinar uma coisa: Às vezes nem faz mal que não rola uma harmonização perfeita, não é mesmo? Como o Álvaro Cézar Galvão sempre me diz, harmonizar é estar em harmonia com pessoas interessantes... E foi o que aconteceu com vc e a Tereza, certo? Isso já vale tudo!
Grande beijo

Nivaldo Sanches disse...

Isso mesmo, Evelyn, como diz o nosso amigo Mário Trano, vale muito mais o que esta ao redor da taça do que aquilo que esta dentro da taça ... Essa, sim, e a harmonização que e realmente importante !

Beijos

Unknown disse...

Adorei esta dica!!! Quando vcs irão fazer um evento para solteiros? Boa dica não é? Um bjo a todos!!!

MondoVinho disse...

Meu amigo Nivaldo,
Esta harmonização foi um pouco ousada mesmo!
Como vc justamente disse, um branco cairia bem melhor: isto porque as componentes salgadas e gordurosas do queijo têm que ser balançadas por vinhos de alta acidez. Mas entendo perfeitamente a associação com a idéia do inverno: no caso sugiro um tinto fresco e sem madeira (que tal um sangiovese ou um barbera?).
Mas reforçando a minha frase que vc gentilmente citou, o que conta é o momento e as pessoas e tenho certeza que vcs curtiram bastante.
Grande abraço!

Nivaldo Sanches disse...

Mario, você, como sempre gentil - chama de "ousada" a harmonização, para não chamá-la de "errada", pura e simplesmente .. risos ...
Sim, já provamos outras vezes com um sangiovese simples (um Chianti, por exemplo), e foi muito bem. Outra boa possibilidade é um espanhol mais leve, um tempranillo que não seja daqueles Rioja amadeirados ...

Seguimos sempre experimentando !

Grande abraço !

MondoVinho disse...

Que isso Nivaldo! Pra mim não existe harmonização errada: eu nunca fui categórico em nada, imagine com vinhos. O legal é justamente experimentar e os resultados (positivos ou negativos) vão servir para nos guiar na próxima combinação.
Isto sem esquecer o famoso "momento", que independentemente de tudo, faz muita diferença.
Grande abraço, meu amigo!

Nivaldo Sanches disse...

Grande Mario, você disse tudo - assino embaixo do seu comentário, tranquilamente !

Abraços !

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