Ontem, quarta-feira, voltamos a desfrutar de mais um delicioso jantar naquele que é hoje nosso restaurante japonês preferido - o Huto, em Moema.
Já falei do Huto em outros posts deste blog - se ficou curioso, leia aqui e aqui. É sempre um prazer renovado voltar ao Huto - seja pela comida excelente, seja pela sempre calorosa e gentil recepção do Fábio, seja pelo serviço sempre atencioso e profissional.
Por outro lado, a harmonização dos vinhos com a comida japonesa é um troço sempre complicado ...
No jantar de ontem conversamos com o Rafael, o sommelier do restaurante, e ele nos indicou um vinho pra lá de exótico : o branco Marjan Simcic Rebula 2009 - simplesmente, um vinho da Eslovênia ! Pra quem não sabe (eu não sabia !) a Eslovênia tem muita tradição na produção de vinhos : parece que eles produzem vinhos por lá há cerca de 2.400 anos.
A Simcic é uma das melhores vinícolas do país, e está localizada próxima ao litoral, na região de Primorje (que, a propósito, quer dizer exatamente "ao lado do mar"). A família Simcic produz vinhos por lá há algumas gerações, e o Marjan Simcic é hoje o enólogo responsável pelos vinhos. Parece que a pronúncia correta desse nome é algo como "marian simchich" - mas não boto a minha mão no fogo, não ...
Esta uva Rebula, apesar do nome estranho, é a mesma uva ribolla, bem mais manjada uva do Friuli italiano.
Muito bem - e que tal, o vinho esloveno ?
Gostamos muitíssimo ! O vinho tem um aroma delicado, de frutas e flores, talvez peras. O aroma é doce e engana a gente - na boca, o vinho não tem nada de adocicado. É um vinho untuoso, com uma boa acidez e um leve toque mineral.
A harmonização foi certamente a melhor que já provamos em restaurante japonês - pela primeira vez, o vinho casou bem com tudo o que comemos, desde os picantes rolinhos de camarões e vieiras até o quase cremoso sushi com atum grelhado e foie gras. Aquele tipo de harmonização que a gente adora, em que o resultado final realça a qualidade tanto do vinho quanto da comida.
Fica aqui nosso agradecimento eterno ao Rafael, que nos apresentou essa beleza cuja foto vai aí abaixo.
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
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6 comentários:
Putz agora fiquei tentado a ir neste japa fazer esta combinação. Nivaldo, o legal desta vida é a nossa ignorância, pois todos os dias há milhares de novas coisas a serem aprendidas, conhecidas e experimentadas. E é maravilhosa este tipo de surpresa e poder compartilhar com os outros. Afinal, um livro na estante não tem utilidade nenhuma. Ou como diria uma música dos Titãs: Não quero ser útil, quero ser utilizado. Sandro Delgado
Mas que ótimo comentário, Sandro ! É isso mesmo - cultura é conhecimento em movimento, são livros sendo lidos, trocados, manuseados, vinhos sendo experimentados, opiniões sendo revistas, velhos conceitos sendo revisitados.
Vá ao Huto, e mande um abraço ao Fábio e ao Rafael por mim - e depois compartilhe suas experiências com a gente !
Abraços
Grande Nivaldo,
Este vinho foi uma excelente escolha. Eu provei a linha inteira da Simcic no último Decanter Wine Show: todos realmente impressionantes. Os tintos também são ótimos, mas acho que os brancos tem algo a mais. Se puder experimente o "Teodor Belo Selekcija", corte de Ribolla, Sauvignon Blanc e Pinot Grigio.
Abração, meu amigo!
Grande Mario, sempre com ótimas dicas e sugestões pra gente se divertir !! Obrigado pelo comentário e pelas dicas - vou realmente atrás desses brancos do Simcic. Andei lendo um pouco mais a respeito deles, e parece que há uma razoável unanimidade sobre a qualidade - especialmente, como você diz, dos brancos.
Abraços !
Nivaldo, uma pergunta: qual a sua opinião com respeito às rolhas de cortiça , de plástico e aos vinhos que vem sem rolhas (creio que são muito comuns nos vinhos da África do Sul) só com uma tampa de rosca?
Abraço,
Sandro Delgado
Olá, Sandro !
Sobre as rolhas, escrevi algum tempo atrás um post específico - leia aqui : http://vinhotododia.blogspot.com.br/2010/12/o-tema-das-rolhas.html
Resumidamente, acho que as screw caps, como são chamadas as tampinhas de rosca de metal, bastante comuns nos vinhos sul-africanos e neo-zelandeses, são um bom sucedâneo para as caras rolhas de cortiça, especialmente quando estamos falando de vinhos mais simples e jovens, do dia-a-dia. Pessoalmente, prefiro as screw caps do que essas horríveis "rolhas" de resina que vêm se tornando comuns nos vinhos chilenos e argentinos.
Vale a pena também ler o que escreveu meu amigo Mario Trano no seu blog, sobre este mesmo assunto : http://mondovinho.blogspot.com/2010/08/screw-cap-tem-certeza-que-e-ecologico.html
É isso aí !
Abraços !
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