Na nossa etapa de viagem ali pela deslumbrante região do
Douro, o Francisco, da Douro Wonderful Events, montou para a gente uma
programação muito interessante, com a possibilidade de visitar vinícolas de
vários tamanhos, e comparar os produtos e os serviços das pequenas vinícolas
familiares com as gigantes do ramo.
Muito bem, desta vez, era o tempo de visitar uma gigante : a
Quinta do Seixo, propriedade da Sandeman, uma das maiores produtoras de vinho
do Porto do mundo – que na verdade, pertence a um grupo ainda maior, a famosa
Sogrape, que mantém sob seu controle algumas das maiores e mais famosas
vinícolas de Portugal.
Os vinhos produzidos pela Sandeman são de muito boa qualidade. Eu
mesmo, aqui no Brasil, compro habitualmente o Founders Reserve, um vinho do
Porto Ruby do qual gosto muito – e que tem um preço razoável para nós,
pobres consumidores brazucas.
E que tal foi a visita à Sandeman ? Bem ...
A verdade é que foi meio decepcionante – embora, por outro
ponto de vista, tenha sido impactante. Foi impactante porque a estrutura toda
da Sandeman é muito grande e impressionante : nos levaram a uma espécie de
terraço, ou mezanino, de onde se tem uma vista panorâmica dos grandes lagares
onde é feita a pisa das uvas. Como – infelizmente ! – a época da pisa já havia
passado, eles projetaram um lindo filmete sobre o assunto, impecavelmente
produzido, muito informativo e bonito. Durante todo esse processo, fomos conduzidos por uma guia que vestia o uniforme
do Dom, o conhecido logotipo da Sandeman, com seu chapéu que remete aos
cavaleiros espanhóis e sua capa que lembra os estudantes portugueses.
E por que é que foi decepcionante ? Basicamente, porque a
guia se limitava a “discursar” uma mensagem padrão que parecia pré-gravada em
uma fita cassete (alguém aí lembra o que era uma fita cassete ?), sem nenhuma
interação com os visitantes (nós), visivelmente entediada e desinteressada
daquilo tudo. A degustação também foi extremamente mecânica : quando chegamos à
linda sala de degustação, já estavam colocados na mesa três tacinhas com três
diferentes vinhos : um branco, um ruby e um tawny. Mais uma fita cassete, mais
uma semi-decorada mensagem sobre o que estávamos degustando – e isso foi tudo.
Bons vinhos ? Sem dúvida, ótimos – mas uma experiência total
que nem de longe pode ser comparada à que vivemos, por exemplo, na Quinta Seara
d’Ordens, que descrevi neste post.
Os vinhos foram :
- Aptiv Branco – um bom e refrescante vinho branco, com toques florais.
- Founders Reserve – um ruby bastante potente, de bela coloração, com aromas de frutas.
- Imperial Reserve – um tawny típico, já com coloração mais pálida, com aromas de frutas secas e um final bem longo – este foi o nosso preferido.
Mas saímos de lá com um certo gostinho de decepção, essa é que é a verdade ...
Um comentário:
Pow, Nivaldo, no meu caso, em Bordeaux, minha situação era mais tranquila - eu ia para beber e sentir o lugar. Porque em determinada hora, eu começava a me perder no inglês da galera lá e eu acabava desitindo de entender mais profundamente. Embora, de maneira geral, a interação não era muita não. Mas eu curti muito.
Aliás, quero conversar com você sobre Portugal, estou pensando em ter 8 dias por lá, sendo que uns 3 em Lisboa, 2 em Porto e 2 para conhecer vinícolas. Quero saber sua sugestão.
Salu2
Sandro
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