quinta-feira, 9 de março de 2017

Impressões (cinematográficas !) do Marrocos

Acabamos de chegar de uma maravilhosa viagem de férias – por 20 dias, estivemos percorrendo o Marrocos, onde volta-e-meia nos sentimos como se estivéssemos mergulhados em um filme – vocês sabem, algo como Lawrence da Arábia ou O Paciente Inglês, ou ainda O Céu Que Nos Protege.

Fizemos um inesquecível passeio em camelo pelo deserto do Saara, nos perdemos nas infinitas ruelas das medinas de Fez, Marrakesh, Essaouira, comemos muitos tagine e couscous – e, claro, aproveitamos para conhecer os vinhos marroquinos, que ninguém é de ferro …

Tereza, nas dunas do Saara

De saída, três fatos curiosos :

1 – Sim, o Marrocos possui uma razoável produção vinícola. Eles possuem 15 regiões produtoras registradas, e sua pequena produção é de cerca de 1 décimo do que o Brasil produz, e menos de um centésimo do que é produzido pela França (maior produtor mundial).

2 – Apesar de ser um país majoritariamente muçulmano – religião que proíbe o consumo de álcool -, a grande maioria dos restaurantes turísticos têm vinhos e cervejas na sua carta.

3 – É muito difícil – quase impossível ! – encontrar nas cartas dos restaurantes um vinho que não seja marroquino … Seja por respeito à produção local, seja por conta de custos elevados demais, a verdade é que passamos estes 20 dias quase exclusivamente bebendo vinhos produzidos in loco.

E que tal são esses vinhos ?

Bem, falando francamente, não são lá grande coisa, não … Em geral, falta-lhes acidez : os vinhos são “chatos”, sem personalidade, um tanto mortinhos na boca … Talvez seja influência do terroir local, não sei ...

Mas há coisas boas.

Provamos por lá dois vinhos dos quais gostamos bastante :

Um deles foi o Tandem Syrah 2011, produzido na região de Zenata, próxima à cidade de Casablanca. Um bom vinho, com aromas de frutas negras e toques de especiarias (como todo bom syrah), com taninos elegantes e sabor agradável.


O outro – nosso preferido – foi o Les Coteaux de l’Atlas 2013, produzido pela vinícola Château Roslane na região de Meknés, no norte do país. A uva é 100 % cabernet sauvignon, e o vinho nos pareceu muito bom. Encorpado e potente, dando boa expressão à uva, com aromas entre frutados (cerejas e ameixas) e terciários (couro, tabaco). Na boca, um vinho intenso e equilibrado, com final persistente.

Desse último, trouxemos na mala uma garrafinha para bebericar por aqui. Como é sabido, o prazer proporcionado por um determinado vinho está muito ligado às circunstâncias – se você está feliz, em um lugar deslumbrante, entrando em contato com um povo e uma cultura fascinantes, você fica mais propenso a achar bom tudo o que bebe …

Será que aqui em casa, longe do Marrocos e de toda sua beleza, a gente ainda vai continuar achando este vinho muito bom ?? Veremos em breve …


10 comentários:

Unknown disse...

Gostei.

Sobre o consumo dos vinhos marroquinos, possivelmente um bom protecionismo garanta vinhos estrangeiros muito caros, que favorecem o respeito a produção nacional.

Leno F. Silva disse...

Gracias pelas deliciosas impressões vinícolas daquelas terras!

Nivaldo Sanches disse...

Pode ser, sim, Amaro, confesso que não pesquisei esse troço direito ... EM alguns países isso de fato acontece. Mas há outros, como a Hungria, onde você quase só encontra vinhos locais nos restaurantes - e isso é causado por uma vontade explícita de favorecer o produto nacional. Não sei qual é o caso do Marrocos ...

Obrigado pelo comentário !!

Nivaldo Sanches disse...

Valeu, meu amigo Leno, muito obrigado !!!

Abração !

Anônimo disse...

Fala meu grande amigo Nivaldo!!!!

Outro filme que lembra o romantismo do deserto é o Paradise!!!! Alguns podem dizer que é Lagoa Azul do deserto, porem gosto de chamar de Paradise....rs

[ ]s do Guirro

Nivaldo Sanches disse...

Fala, Guirro ! Que bom "ver" você por aqui de novo !!

Taí, esse Paradise eu não assisti ... vou procurar !

Abraços !

flavio prezzi disse...

Meus estimados amigos Nivaldo e Teresa, muito obrigado por compartilhar outra escelente e romantica experiencia. Com certeza despertou curiosidade (e inveja) a muitos de nos.Obrigado

Nivaldo Sanches disse...

Grande Flavio, meu caro amigo, muito bom "rever" você por aqui ! Obrigado por seu comentário - realmente, foi uma viagem MUITO interessante, fantástica, mesmo ! Fico feliz que tenha despertado a curiosidade e a inveja dos amigos. Se tiver oportunidade, vá conhecer o Marrocos com a Rosangela - garanto que não vão se arrepender !

Grande abraço !

gil wine disse...

Boa tarde Nivaldo, como sempre seu estilo e bom gosto nos brindam com histórias que ficarão pra sempre.
Gostaram do Marrocos, muito caro por lá ?

Qual foi o lugar mais incrível que você e a Tereza já estiveram , e voltariam ?
Abraços

Gilmar

Nivaldo Sanches disse...

Ola, Gilmar, obrigado pelos comentários ! Fico feliz que você goste do blog ...
Bem, sobre o Marrocos - simplesmente adoramos !! Superou em muito nossas expectativas !! E não, não é caro - ao contrário, achamos os preços bem razoáveis, tanto de hotéis como de alimentação. O mais caro é mesmo a passagem aérea, claro ... mas vale MUITO a pena, acredite !! A Tereza diz que, em certos lugares, é como se a gente tivesse viajado no tempo, e não no espaço. Percorrer as ruelas tortuosas das medinas de Fez e de Marrakesh é, realmente, como voltar ao passado... Sem falar na excelente oportunidade de entrar em contato com o mundo muçulmano REAL - não o dos homens-bomba ou dos terroristas, mas das pessoas normais,em sua vida cotidiana. Muito legal !

Quanto ao lugar mais incrível - bem, essa é difícil ... Já tivemos oportunidade de visitar alguns lugares realmente incríveis pelo mundo, do Camboja a Macchu Pichu, da Guatemala a Nova York ....

Creio que o país que a gente mais gosta de visitar é a Itália - já estivemos por lá algumas vezes, e pretendemos voltar, com certeza !

Abraços !

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