Castelo de Chambord |
No oeste da França fica a bela região
cortada pelo rio Loire. Ao longo do seu vale – e ao longo dos séculos – foram sendo
erguidos na área alguns dos mais famosos e mais lindos castelos do mundo. Entre
os séculos X e XVI, a nobreza francesa construiu por aqui os castelos de Amboise,
Chambord, Chennonceau … Pra repetir o chavão de sempre, parecem todos saídos
dos contos de fadas que a gente lia na infância.
Castelo de Chennonceau |
Pois é nessa terra encantada que reina uma uva
muito especial – a chenin blanc. Segundo os estudiosos do assunto, a chenin
blanc parece ter surgido em algum ponto do território francês por volta do
século IX. No Vale do Loire ela encontrou, nos solos de argila e calcário da
região, à sombra dos belíssimos
castelos, o terroir perfeito para desenvolver sua marcante acidez e sua
complexidade.
O escritor francês François Rabelais, lá
pelo início do século XVI, já mencionava a chenin como integrante dos banquetes
e festivais dos camponeses de Anjou – uma sub-região do Loire.
Essa nossa uvinha é também muito versátil
(a manjada expert Jancis Robinson afirmou certa vez que a chenin é
provavelmente a uva mais versátil do mundo) : os franceses elaboram com ela
vinhos varietais secos, mas também vinhos de sobremesa, vinhos fortificados e
até um bom espumante, o Crémant de Loire. Ela também entra em alguns blends com
outras uvas brancas, como sauvignon blanc ou chardonnay, contribuindo com sua
característica acidez.
Partindo do Loire, a chenin blanc
espalhou-se pelo chamado Novo Mundo. Nova Zelândia, Estados Unidos, Austrália e
– principalmente – a África do Sul produzem hoje ótimos vinhos dessa cepa. A
propósito, na África do Sul ela é hoje a uva mais plantada, ocupando cerca de
18 % dos vinhedos.
Os vinhos do Loire tendem a apresentar
aromas de minerais e toques de mel, com a acidez da fruta se destacando. Já os
do Novo Mundo costumam exibir aromas mais, digamos, tropicais : são aromas de
frutas como goiaba e banana, abacaxi e pera.
Tenho bebido bastante, nos últimos tempos,
um ótimo chenin blanc sul-africano, chamado Neethlingshof . OK, OK, o nome é
difícil de pronunciar, mas acreditem – o vinho é muito bom !
Quando possível, beberiquem um vinho de chenin blanc – e sonhem com os encantadores castelos das fotinhos aí do alto …
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