E viva o Chile !
Sim, sim, nestes dias desta semana, minha vontade é
repetir a torto e a direito o famoso grito de guerra da torcida chilena, como no título deste post.
Isso porque, no último final de semana, estivemos na
casa de nossos queridos amigos Carol e Ivan, com suas sempre adoráveis filhotas
– a doce e angelical Maria Eduarda e a espevitadinha Helena.
Caso este : eles estiveram passeando, em férias, pelo
Chile, e trouxeram de lá deliciosas garrafinhas de belíssimos vinhos chilenos –
e tiveram a ainda mais deliciosa ideia de nos convidar, à Tereza e a mim, para
degustar essas preciosidades.
Foi um festim bárbaro, acreditem em mim !
Para comer, uma porção de gostosuras – queijos,
bruschettas, embutidos, geleias, patês, damascos …
Para beber – ah, para beber …
Demos início aos trabalhos com nada mais, nada menos
do que um Don Melchor Cabernet Sauvignon 2013, o vinho top da vinícola Concha y
Toro, um dos melhores do Chile e – vale acrescentar – do mundo. Afinal, em sua
versão de 2014, ele levou impressionantes 98 pontos lá na escala de nosso
dileto coleguinha Robert Parker. A Concha y Toro é, provavelmente, a vinícola
chilena mais conhecida ao redor do mundo, e fica no Valle Central – bem
pertinho de Santiago.
Na verdade, apesar do nome, o vinho leva 91 % de
cabermet sauvignon mesclados com 9 % de cabernet franc. Produzido com uvas de
vinhedos de mais de 30 anos, o vinho estava fantástico. Macio e elegante,
combinando os aromas da madeira com aromas frescos de erva e de frutas
vermelhas.
A farra pantagruélica avançou, em seguida, para um
Gran Bosque Private Reserve 2013, também de cabernet sauvignon, produzido pela
vinícola Casas del Bosque, no Valle de Casablanca. Este eu não conhecia, e foi
um enorme prazer ser apresentado a ele (não sei se a recíproca foi verdadeira).
O vinho recendia a madeira e frutas negras, e na boca
apresentava taninos marcantes mas muito elegantes, sem nada de amargor.
O terceiro vinho (na minha opinião, o melhor da noite)
foi o magnífico Lota 2010, da vinícola Cousiño Macul. Fundada na metade do
século XIX, a vinícola permanece até hoje nas mãos da mesma família que lhe
deu origem.
O Lota é feito com a mescla clássica de cabernet
sauvignon e merlot, vindas de vinhedos plantados no Valle del Maipo. No nariz,
chamavam a atenção os aromas de frutas negras como ameixas ou amoras,
mesclando-se aos aromas terciários gentilmente fornecidos pelos 18 meses em
carvalho : algo como couro ou tabaco. Na boca, um vinho de alta acidez, frutado
e elegante. Combinou maravilhosamente com os salaminhos e linguicinhas que
estávamos degustando …
O final da festa foi com uma garrafa de EPU 2014, que
é o segundo vinho da mitológica vinícola Almaviva, uma joint-venture entre os
chilenos da Concha y Toro e os franceses da Baron de Rotschild. Aliás, parece
que o nome EPU vem da antiga língua do povo mapuche, e quer dizer,
precisamente, “número dois”.
Belíssimo vinho, um blend de cabernet sauvignon,
carmenère, merlot e cabernet franc. Aromas de frutas vermelhas e de caramelo,
com taninos discretos e notas frutadas na boca.
Enfim, foi um belo passeio pelo que há de melhor nas
botellas chilenas.
Carol, Maria Eduarda, Helena, Ivan – contem com nossa
eterna gratidão por tão maravilhoso passeio !
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